MEDIAÇÃO ESCOLAR

Mediação escolar

A mediação se tornou um meio mais simples e prático de resolução de conflitos e é também aplicada no âmbito escolar, com o intuito de poder restaurar as relações e os vínculos entre os alunos e professores da instituição, independentemente da idade. A mediação consiste na resolução de um conflito através de uma conversa entre as partes em uma mesa com um mediador que somente estabelece as regras sem poder intervir nas decisões, de forma que as mesmas se conciliem e entrem em um acordo resolvendo o problema.

A todo momento é preciso reconhecer que em algumas situações existem opiniões divergentes de outras pessoas, podendo gerar um conflito. Portanto a escola, como possui grande envolvimento entre pessoas, resulta em um ambiente proveniente a existência de conflitos, podendo ser tanto conflitos entre os próprios alunos, como também professores, funcionários ou até dos pais.

Contudo é importante sejam desenvolvidos programas de mediação dentro das escolas. Estes poderão ensinar aos alunos e às demais pessoas que convivem no ambiente escolar a respeitar as divergências, surgindo então a construção de novos entendimentos, promovendo um diálogo saudável que respeite as diferenças de opiniões. Existem diversos programas de mediação escolar, desse modo a mediação funciona podendo ser dividida em cinco categorias, são elas:

• Modelo aluno ajudante [1]: Neste caso, os próprios alunos são capacitados em mediação e treinados em habilidades de comunicação e resolução de conflitos para mediar e ajudar os outros alunos e também pode ser feito em um modelo no qual os alunos maiores mediam os conflitos dos alunos menores;
• Modelo de mediação em rede [2]: O objetivo deste modelo criar uma rede de mediadores na escola para mediar todos os conflitos relacionados com o ambiente escolar, inclusive com a ajuda de profissionais e mediadores externos que formam uma rede de apoio à escola;
• Modelo professores-alunos [3]: Neste modelo, as próprias pessoas do centro educacional, em especial os professores, são capacitados para atuar como mediadores nas questões e conflitos da própria escola. Os alunos também podem ser capacitados, mas neste caso somente membros da própria comunidade escolar irão atuar na mediação dos conflitos.
• Programa de Competência Social [4]: Este programa desenvolvido pela Comunidade da Catalunha não é propriamente um programa de mediação e teve como objeto a formação e capacitação dos alunos em competências pessoais, emocionais e sociais, para favorecer a existência de boas relaciones interpessoais dentro e fora da escola, ocorrendo assim uma melhora na convivência e a diminuição dos conflitos;
• Círculos Restaurativos/Justiça Restaurativa: Os círculos restaurativos ou de paz são encontros nos quais toda a comunidade, os alunos, pais e professores, tratam dos principais problemas ou conflitos existentes na escola e através do diálogo buscam soluções com a participação de todos, inclusive com a possibilidade de escuta das vítimas e agressores nos casos de bullying e violência.

Os principais conflitos no ambiente escolar que podem ser resolvidos através da mediação escolar seriam “Podem ser objeto de uma mediação os conflitos entre alunos, entre alunos e professores, entre professores, pais e professores, casos de indisciplina e bullying, atos infracionais de menor gravidade, casos de violência entre alunos e até mesmo conflitos com a vizinhança e o entorno escolar.” (FREITAS GOUVÊA NETO, 2017)

Vale a pena ressaltar que a mediação escolar envolve toda instituição, ou seja, todos que fazem parte do ambiente escolar que tem grande relação com os alunos e não somente envolve aos alunos.

A mediação escolar para os alunos é de alta importância, pois a partir desse modo de resolução de conflitos é demonstrado uma forma de aprendizado e crescimento de uma forma que consigam administrar seus próprios conflitos podendo sempre solucionar de forma positiva as divergências tanto escolares como também na vida pessoal.

Por fim, esse modo de resolução de conflito tende a melhorar a relação entre alunos e demais do ambiente escolar de forma mais harmônica e saudável, ensinando a respeitar tais divergências e traz como aprendizado e melhoria tanto na vida escolar como pessoal dos envolvidos.

Referências:

 [1] Veja FERNANDEZ, Isabel. VILLAOSLADA, Emiliana, FUNES, Silvina. Conflito no centro escolar. O aluno ajudante. Madrid, 2002: Ed. Catarata.

[2] Veja BOQUÉ TORREMORELL. Tempo de mediação. Barcelona, 2005: Ed. Ceac.

[3] Veja TORREGO SEIJO, Juan Carlos. Mediação de conflitos em instituições educativas. Madrid, 2000: Ed. Narcea.

[4] Veja SEGURA, Manuel. Um programa de competência social.

FREITAS GOUVÊA NETO, Flávio. A mediação de conflitos nas escolas, 2017. Disponível em: <https://freitasgouvea.jusbrasil.com.br/artigos/469668509/a-mediacao-de-conflitos-nas-escolas/>. Acesso em: 16 de março. 2019.