O agente comunitário da saúde como mediador

O agente comunitário da saúde como mediador

A mediação presente no cotidiano do trabalho do agente comunitário de saúde é um elemento diferente e inovador no quadro funcional da Estratégia Saúde de Família, das quais variam entre convencimento e transformação. A função mediadora exercida pelos agentes é de grande importância na mudança do modelo assistencial, pois assume um caráter transformador, e entende a educação popular como um caminho de fortalecer e apontar questões fundamentais para que o modelo assistencial possa atender nossas necessidades. (BORNSTEIN e NAVARRO; 2008)
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) e o Programa Saúde da Família (PSF) se tornaram prioridades do Plano de Metas do Ministério da Saúde. Documentos oficiais destacam a importância da Estratégia Saúde da Família na orientação do modelo de atenção básica e ao mesmo tempo consideram estratégias que possam organizar os serviços e ações de saúde. O modelo procura atuar preventivamente ao invés de esperar a demanda espontânea orientada para a cura de certa doença, esse modelo também busca agir de modo que atenda toda as necessidades de saúde da população. Ambos os programas tem como figura importante o agente comunitário de saúde (ACS), este que se caracteriza como mediador, pois tem a aproximação com os cidadãos e a facilitação do trabalho em atenção básica em saúde. (BORNSTEIN e NAVARRO; 2008)
Nas equipes de saúde o agente comunitário é aquele que tem mais conhecimento prático da área onde atua, visto que tem mais dinâmica social, sabem mais sobre as formas de organização e o conhecimento que circula entre os moradores, tal conhecimento que facilita o trânsito das equipes, as parcerias e articulações locais. Se tem duas expectativas para esses profissionais, de um lado espera-se que ele controle a situação de saúde e da população; de outro lado, os moradores esperam que o agente facilite seu acesso ao serviço de saúde. (BORNSTEIN e NAVARRO; 2008)
      

A mediação pode ser vista de várias maneiras: pode ser vista como uma facilitação do acesso da população ao serviço de saúde; melhores estratégias para que os objetivos e as metas dos serviços sejam entendidos e assimilados pela população; uma maneira de buscar nos serviços uma abertura para o entendimento da lógica e das dinâmicas locais; mediação entre o conhecimento popular e o conhecimento tecnocientífico. (BORNSTEIN e NAVARRO; 2008)
Para Nogueira, Silva e Ramos (2000) ampliam o conceito de mediação, quando apontam que a função de ‘ponte’ pode ser entendida também em relação à facilitação do acesso aos direitos de cidadania de modo geral. O fato de o agente comunitário de saúde visita os moradores da comunidade em suas casas e ouvir relatos ou atuar sobre fatos que, muitas vezes, não são específicos à área da saúde estende seu papel de mediação a distintas esferas de organização da vida social. (BORNSTEIN e NAVARRO; 2008)
O agente mediador é importante, visto que é um profissional que tem bastante contato com a população, permitindo-o ter conhecimento da situação da saúde nos locais nos quais atuam e com isso acaba tendo conhecimento sobre as condições de vida das pessoas, assim facilitando, norteando e auxiliando o acesso das mesmas à saúde. 

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